domingo, 20 de julho de 2008

"Desencanto"


Eu faço versos como quem chora de desalento... de desencanto...Fecha o meu livro, se por agora não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente...Tristeza esparsa... remorso vão...Dói-me nas veias. Amargo e quente, cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca, assim dos lábios a vida corre, deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.


[ Manuel Bandeira ]

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