domingo, 3 de agosto de 2008
















"No escuro os rostos refletiam as brasas,
ficavam vermelhos contra o fundo negro.
A imaginação ficava bêbada, as estórias mais fantásticas.
A outra é que havia sempre o apito rouco do trem-de-ferro.
Vinha resfolegando, apitava na curva um gemido rouco, triste.
Chamuscava a paineira velha com milhares de faíscas que saíam aos jatos, ejaculações incandescentes, e eu imaginava que assim tinham nascido as estrelas - eram faíscas de um trem-de-ferro cujo maquinista era Deus."

[ Rubem Alves ]

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